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REVISTA AMIPÃO | EDIÇÃO 164
REVISTA AMIPÃO | EDIÇÃO 161
Opinião Legal Férias: situações que ensejam sua perda ou diminuição
Micro e pequenas empresas têm crédito especial em programa “Estímulo 2020”
Benefício é fruto de parceria entre empresários, executivos e organizações do 3º setor; entre os segmentos contemplados está o da panificação, que tem cerca de 95% das empresas enquadradas como MPEs no estado de Minas Gerais
Uma iniciativa sem fins lucrativos uniu empresários, executivos e organizações do 3º setor para captar recursos privados e destiná-los à crédito para micro e pequenas empresas (MPEs), com carência e taxas especiais, de maneira rápida e facilitada. O programa “Estímulo 2020” tem como objetivo auxiliar empresários a manterem seus negócios ativos bem como seus funcionários contratados durante a pandemia, que vem ameaçando não só a saúde da população brasileira, mas também a economia de todo o país.
A panificação é um dos segmentos que será beneficiado com o programa. As padarias inscritas na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) nº “1091-1/02 – padaria c/ preponderância de produção própria” poderão pleitear a obtenção de crédito no “Estímulo 2020”. A taxa de juros é de 7% ao ano, com carência de três meses para começar a pagar, podendo dividir o pagamento em até 15 parcelas.
O programa, que beneficia empresas em âmbito nacional, ganhou força em Minas Gerais após um investimento realizado pela Federação das Indústrias do Estado Minas (FIEMG), no valor de R$ 100 milhões, exclusivos para empresas sediadas no Estado. Para se inscrever é necessário acessar o site https://www.estimulo2020.org/home-mg/.
O presidente da AMIPÃO (Associação Mineira da Indústria da Panificação), Vinícius Dantas, destaca que esta pode ser a oportunidade para salvar muitos negócios: “Cerca de 95% das padarias são micro ou pequenas empresas. E muitas dessas empresas não estão conseguindo acesso a crédito em instituições financeiras ou por meio dos programas do governo, devido à grande burocracia e ao tempo insuficiente para viabilizar a continuidade do negócio antes da liberação dos recursos”, destaca. A equipe da AMIPÃO está à disposição dos associados para orientar sobre o processo de inscrição e as condições para participação no programa “Estímulo 2020”.
Programa da Fiemg aborda as novas medidas tributárias
Para atenuar as dificuldades, o governo suspendeu e adiou o pagamento de alguns tributos pagos pelas empresas, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), contribuição patronal para a Previdência Social e da parcela da União das empresas optantes pelo Simples Nacional, o que alivia parcialmente o peso da carga tributária sobre os negócios.
A gerente de Assuntos Tributários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Luciana Mundim, e o advogado tributarista da entidade Thiago Feital, esclareceram como estão os prazos, as prorrogações dos pagamentos de impostos e tributos, as isenções, entre outras questões nos âmbitos federal, estadual e municipal.
Nos casos de adiamento das cobranças, os pagamentos serão prorrogados por alguns meses, ressaltou Luciana Mundim. Depois, as empresas terão que recolher o tributo devido. De acordo com a gerente, os pagamentos no novo prazo não estarão livres de juros. “Algumas mudanças tributárias dão um respiro para o empresário, mas tem que ficar atento aos prazos”, afirmou Thiago Feital.
Panificação – Composto em sua maioria por micro e pequenas empresas (MPEs) optantes pelo Simples Nacional, o segmento da panificação enfrenta rotineiramente problemas ligados à tributação. Agora, em virtude da paralisação de diversas atividades durante a pandemia causada pelo Covid-19, os desafios aumentaram e padarias se movimentam em busca de mecanismos que reduzam o impacto da crise nas reestruturações dos negócios.
Com dificuldade de acessar as linhas de crédito, o presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinicius Dantas, acredita que diante das incertezas impostas pela pandemia, o empresário precisa do mínimo de previsibilidade para antecipar cenários e necessidades.
“O Pronampe (Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) deve ajudar muito na recuperação, mas o socorro precisa chegar logo às empresas, sem burocracias pelo caminho. Caso demore, precisamos de outras alternativas capazes de ajudar as padarias a se manterem de portas abertas”, explica.
O economista e advogado especialista em direito empresarial e negociação estratégica, João Doné, alerta para as rupturas de paradigmas no âmbito econômico. “O dinheiro está “mudando de dono” rapidamente. Por isso, precisamos buscar um direito proativo, com visão transcendental, que enxerga além e prevê cenários caóticos. Neste momento, não haverá espaço para amadores, restarão apenas profissionais”, analisa.
Entre as estratégias para empresas com dificuldades financeiras, Doné lista a recuperação judicial como um meio amplamente utilizado para evitar a falência. “É a maneira legal mais rápida e consistente para prorrogar todos os débitos, com carência de 12 até 48 meses, dependendo do tipo de processo. O empresário pode ser contemplado, ainda, com descontos de 30% a 60% em dívidas. Além disso, ela preserva o nome da empresa e o nome do sócio”, aponta.
O especialista defende a restituição de créditos tributários enquanto alternativa para superar a crise. “É o formato mais rápido de alocar recursos para dentro da empresa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, por exemplo, foram editadas 2 normas por hora, chegando a 12 mil por ano. Ou seja, 95% das empresas possuem oportunidades não-identificadas com relação a isso, pois as normas mudam a todo o tempo”, garante.
Doné acredita, ainda, que a reestruturação societária, com planejamento tributário e sucessório, é um mecanismo legal de proteção do patrimônio adquirido. “O processo assegura segurança jurídica, redução de custos tributários, privacidade, harmonia familiar e prevenção contra eventos repentinos, sejam eles de natureza humana ou ambiental para a empresa”. “A adoção dessas três estratégias, junto a uma assessoria jurídica, deve proporcionar um fôlego incrível e maior competitividade aos negócios”, avalia. (Da Redação)
Pronampe dá fôlego para as MPEs
O socorro vai dar sobrevida a micro e pequenas empresas (MPEs) que estavam com dificuldades para conseguir financiamento e se manter com a crise provocada pela pandemia do Covid-19.
A Lei 13.999/2020, que cria o Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), publicada no “Diário Oficial da União (DOU”, do último dia 19, abre crédito especial de R$ 15,9 bilhões e simplifica a obtenção dos recursos.
“Ela desburocratiza um pouco a tomada de empréstimos por essas empresas, com a dispensa de algumas certidões e a exigência de garantia pessoal somente do tomador do financiamento. A grande dificuldade sempre foi encontrar boas taxas de juros, pois raramente elas têm garantias a oferecer aos bancos, por se tratar de negócios de pequeno porte”, diz o advogado Rafael Moura, sócio de Grebler Advogados.
O governo vai afiançar os empréstimos com os recursos do Fundo de Garantia de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, que dará respaldo a até 85% do valor tomado pelas empresas participantes. Segundo o governo federal, o BB já está com a plataforma pronta e outros bancos estão adiantando isso.
“Em razão de o crédito estar limitado a apenas parte do faturamento das empresas (30%) e ter sido vetado dispositivo da lei que previa uma carência para o pagamento da primeira parcela (era de 180 dias), acredito que o recurso vai ser um alento de curto prazo. Apesar de ser possível contratar um prazo de carência com os bancos, isso não costuma ser fácil para essas empresas menores”, afirma o advogado.
O especialista destaca que a empresa beneficiada terá a obrigação de manter o mesmo número de funcionários existentes em 18 de maio até 60 dias depois de quitar a última parcela do empréstimo. “Se isso não ocorrer, a dívida vence e o banco pode cobrá-la por inteiro e de imediato”, alerta.
A lei prevê que o montante de empréstimo é de até R$108 mil para microempresas e de R$1,4 milhão para as pequenas. A taxa de juros anual máxima será igual à taxa Selic – atualmente em 3% ao ano – acrescida de 1,25%. “É uma boa lei, que retirou as exigências para a liberação de recursos, só que do ponto de vista financeiro, não resolve a situação dos pequenos empresários como um todo”, afirma o advogado.
As micro e pequenas empresas representam 97% das empresas brasileiras e geram mais de 52% dos empregos no País. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que 29% precisam de até R$ 5 mil mensais para não fecharem.
Panattos recebe visita da FIEMG e Sindicatos
FIEMG Competitiva e AMIPÃO realizam treinamentos
O programa FIEMG Competitiva, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais e pela Associação Mineira da Indústria de Panificação, que juntos formam a AMIPÃO, promoveu, em novembro, o treinamento de Promotor de Vendas para a Panificação.
O curso foi realizado na sede da FIEMG e teve a participação de 15 empregados de padarias associadas à AMIPÃO. Ministrado por Felipe Alvim, que tem mais de 15 anos de experiência como consultor nas áreas de Vendas, Atendimento ao Cliente e Motivação, teve o intuído de capacitar funcionários da área de vendas das padarias. “As expectativas são que eles aprendam técnicas e desenvolvam habilidades em promoção de vendas, e assim, possam ajudar suas empresas a alavancar ainda mais o seu negócio nesse final de ano”, afirma Daniela Aguiar Soares, gerente de Recursos Humanos da AMIPÃO.
No programa do treinamento Promotor de Vendas para a Panificação foram abordados temas como Novas Estratégias de Vendas, Erros mais comuns no atendimento e Ferramentas digitais para gerar mais negócios, dentre outros.
Já no mês de setembro foi realizada a Consultoria em visual merchandising para padarias. A consultoria foi dividida em quatro workshops, realizadas na AMIPÃO, e visitas individuais às empresas. “Essa consultoria teve como principal objetivo adequar e alinhar os processos, produtos e serviços das padarias, melhorando o faturamento e a competitividade dessas padarias por meio do visual merchandising. No entanto, o principal ganho nesses três meses de trabalho foi a troca de experiência entre os empresários.
Durante a consultoria eles tiverem a oportunidade de realizar um intercâmbio entre as padarias participantes e observar os principais pontos discutidos durante os workshops”, esclarece Ana Carolina , analista de projetos do FIEMG Competitiva. Os workshops coletivos tiveram como temas a “A importância do visual da loja”; “Ampliando o conceito de exposição dos produtos”; “Técnicas de exposição de produtos” e “O processo de montagem dos espaços”. Também foram realizados diagnósticos iniciais em cada uma das padarias, para que a consultoria tivesse um direcionamento mais assertivo, de acordo com as reais necessidades da loja.
“A AMIPÃO teve muito êxito com a retenção desses associados. Por meio de um depoimento no último encontro, uma das empresas relatou que passou a conhecer o sindicato e a valorizar mais a entidade à partir da consultoria. O trabalho foi um sucesso!”, ressalta Daniela Soares, gerente de RH da entidade. Entre os empreendimentos participantes estava Jacqueline Ribeiro de Castro, proprietária da padaria Jacqueline, que aprovou a iniciativa. “Agradeço a oportunidade de ter participado desse projeto. Foi muito enriquecedor, aprendi muito, foi estimulante conhecer outros empresários e trocar conhecimentos”, afirmou Castro.