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REVISTA AMIPÃO | EDIÇÃO 151

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Padarias seguram os aumentos

PADARIAS SEGURAM OS AUMENTOS

Setor vem apostando em novos cardápios e até mesmo na energia fotovoltaica para manter os preços.

Por : Magali Simone Foto: Alisson J Silva / Arquivo DC


Na contramão do que vem acontecendo em vários segmentos da indústria e do comércio, em todo o País, a indústria da panificação vem criando novos cardápios e aderindo à energia fotovoltaica para evitar o repasse de preços ao consumidor. A informação é do presidente da Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), Vinicius Dantas.
“A ideia é conter a alta de preços de alimentos como o pão francês, que faz parte do café da manhã de boa parte das famílias mineiras. Apesar da alta dos preços de matérias-primas como o trigo, da energia e da gasolina, não pretendemos repassar estes aumentos para o consumidor”, afirmou.
A Amipão é formada pela Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amip) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Panificação e Alimentação (Sinp). Segundo Dantas, as duas entidades têm promovido eventos com produtores de outros estados para discutir formas de baratear o custo de produção. Ele contou que nestes eventos, os empresários mineiros estão descobrindo novas receitas.
“Descobrimos como fazer um leite condensado que tem como base um leite em pó com soro que é pelo menos 40% mais barato que o original. Além de ser mais saudável, tem sido usado com sucesso na fabricação de pão doce e alguns tipos de bolo”, explicou.
Mercado internacional
A retomada do mercado internacional, com o crescimento de economias como a da China e a da Índia, vem pressionando o preço de matérias-primas como o trigo que tem seu preço ancorado na cotação do dólar. Tal situação, segundo Dantas, provoca o aumento dessa matéria-prima, reduzindo o lucro dos empresários do segmento.
“Antes do atual governo assumir, a Argentina vendia seu trigo majoritariamente para o Brasil. Agora, estão comercializando com novos mercados, como os países do Oriente, e com o aumento da demanda, o produto também aumenta.
Novos sabores
Mas em meio a um momento em que vários insumos como os combustíveis e a energia elétrica estão com os preços em alta, é preciso tentar equilibrar o aumento dos custos para manter a demanda em alta também. A tese defendida por Dantas é baseada na necessidade de investir em criatividade.
“A ideia é conter a alta de preços de alimentos como o pão francês, que faz parte do café da manhã de boa parte das famílias mineiras”.
“Estamos investindo na mudança de cardápio. O preço do chocolate também está em alta. Dessa forma, criamos o bolo vulcão de milho, ou de amendoim. Como é uma novidade e remete às festas juninas, muitos estão preferindo estas novas iguarias”, afirmou.
Energia fotovoltaica
O crescimento da adesão à energia solar para produção panificadora está em alta no Estado. Conforme Dantas, as entidades firmaram convênios com fazendas produtoras de energia fotovoltaica que garante descontos de até 23% no valor da conta de luz dos empresários desse segmento.
“O aumento do preço da luz e de todos os insumos faz com que este desconto não seja tão sentido assim. Mas estamos buscando formas racionais de economizar e garantir a manutenção dos preços para manter as vendas em alta”, afirmou.
Crescimento atingiu 10% no primeiro semestre
Embora ainda não tenham atingido o mesmo patamar de lucro que tinham no período pré-pandemia, a indústria da panificação cresceu 10% nos últimos seis meses. De acordo com o presidente da Amipão, Vinicius Dantas, alguns fatores contribuíram para a ampliação da lucratividade desse segmento.
O primeiro, segundo ele, foi o avanço da vacina e consequente abertura do comércio. “As pessoas estão saindo mais de casa, acabam voltando às padarias”, afirmou.
Além disso, como ficaram muito tempo isoladas em casa, para Dantas, os clientes passaram a cozinhar mais e ficaram mais exigentes, valorizando o bom atendimento e as inovações apresentadas pelas padarias.
O cuidado com o meio ambiente é outro fator que vem conquistando a preferência dos consumidores. Conforme Dantas, as duas entidades criaram um selo de qualidade para certificar os empresários que estão usando energia fotovoltaica em sua produção.
“Após a pandemia, os clientes mudaram. Estão atentos aos novos sabores, às inovações e ao comprometimento do setor. Além de bom preço, bom atendimento e qualidade, eles também valorizam quem investe em energia solar, mais sustentável e menos poluente”, afirmou.
Segundo Dantas, a indústria da panificação vai tentar adotar todo tipo de estratégia para evitar o repasse de preços. “Estamos em um momento complexo na economia. Mas podemos tentar evitar o reajuste, tentando aumentar nossas vendas. Assim, todos saem ganhando”, disse. (MS)
Fonte: Diário do Comércio
Belo Horizonte, quarta-feira, 7 de julho de 2021.

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