Integrante da lista de segmentos que podem operar durante a pandemia do novo coronavírus, a panificação tem recorrido ao marketing digital nas redes sociais para aumentar a visibilidade e alcançar o consumidor, que está cada vez mais conectado à internet em tempos de quarentena.
O presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, acredita que os empresários que ampliarem a presença nos ambientes digitais vão melhorar as vendas, mesmo em tempos adversos. “Com a concorrência cada dia mais acirrada, a consolidação dos processos de marketing é uma questão de sobrevivência”, argumenta. “As estratégias digitais permitem uma interação rápida com o cliente, para além da divulgação dos produtos e ações realizadas no próprio negócio. A tendência é a quarentena durar mais algumas semanas, levando o consumidor a precisar de ainda mais suporte das padarias”, complementa.
O especialista em Marketing Digital no setor de alimentos, Tarcísio Filho, avalia que o período de isolamento social está gerando novas necessidades que podem ser melhor aproveitadas pelas empresas atentas às oportunidades. “Quem se preparou antes para ter uma presença forte nas redes está sendo menos impactado, pois possui outros canais de atendimento além da loja física”, analisa.
Tarcísio reforça que a crise do coronavírus deve transformar a visão de muitos empresários do segmento que desejam se manter em alto nível. “As padarias são empresas tradicionais e algumas delas ainda estão apegadas aos meios de comunicação tradicionais, como, por exemplo, os panfletos. No entanto, os anúncios onlines são mais baratos, certeiros e alcançam um número muito maior de pessoas. É um caminho sem volta para quem deseja promover a própria marca”, explica.
Reviravolta
A Padaria Vianney, localizada no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, decidiu reinventar o modelo de negócios após queda de 70% no faturamento das encomendas depois da chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil. “Na loja física, a redução foi de 50% entre os dias 20 e 30 de março”, relata Isabella Carneiro, diretora administrativa do negócio.
Para “driblar” a crise, a Vianney divulgou para os mais de 15 mil seguidores no Instagram, os 4 mil no Facebook e no comércio eletrônico do estabelecimento, as novidades na loja física, que agora vende produtos de cestas básicas, carnes, hortifruti e artigos limpeza e higiene pessoal. “Em menos de 10 dias realizamos uma mudança radical e agora, além dos produtos de produção própria, oferecemos, também, itens de revenda”, conta.
A empresa, que trabalha com o e-commerce desde 2018, agora possui diferentes cardápios para o almoço e, por isso, intensificou as atividades do delivery no Whatsapp e nos aplicativos de entrega. “Também usamos as redes sociais para reforçar os cuidados que estamos tomando para evitar a contaminação, realizamos promoções e nos colocamos à disposição da sociedade, ressaltando que a Vianney resolve tudo”, explica Isabella. “Após a primeira semana, o setor de encomendas zerou as perdas e a loja física recuperou 15% do faturamento”, complementa.